top of page

A importância da greve na conquista dos direitos trabalhistas

A greve sempre foi uma das principais ferramentas de luta dos trabalhadores para conquistar e preservar seus direitos. No Brasil, sua relevância histórica é inquestionável. Desde o início do século XX, movimentos grevistas marcaram momentos decisivos na conquista de condições melhores de trabalho, como a jornada de 8 horas, o salário mínimo e a regulamentação de benefícios. Embora muitos avanços tenham sido alcançados, as greves continuam sendo essenciais em nossa sociedade.


Por Desconhecido - Christina da Silva Roquette Lopreato: O espírito da revolta: a greve geral anarquista de 1917

O papel histórico das greves no Brasil


As greves se tornaram um marco na organização dos trabalhadores no Brasil no início dos anos 1900. Um exemplo importante é a greve geral de 1917, em São Paulo, considerada um dos primeiros grandes movimentos trabalhistas do país. Milhares de operários cruzaram os braços exigindo melhores condições de trabalho, salários justos e o fim de abusos nas fábricas. Esse movimento pavimentou o caminho para conquistas futuras, como a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943.


Nos anos 80, as greves ganharam ainda mais força durante o período de redemocratização. As paralisações lideradas por metalúrgicos no ABC Paulista, com destaque para a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, marcaram uma nova fase de mobilização que influenciou diretamente o reconhecimento e fortalecimento dos direitos trabalhistas na Constituição Federal de 1988.


Lula discursa a metalúrgicos de cima de uma mesa no estádio de Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, em assembleia que decidiu pelo início da greve | Crédito: Fernando Pereira/CPDoc JB

Greves na atualidade: ainda necessárias?


Mesmo após conquistas importantes, como a CLT e a Constituição de 1988, os trabalhadores continuam enfrentando desafios. Com mudanças nas leis trabalhistas, como as que ocorreram em 2017 com a reforma trabalhista, muitos direitos foram enfraquecidos, e novas greves têm sido necessárias para evitar retrocessos.


Um exemplo recente é a greve dos trabalhadores dos Correios em 2020, que lutaram contra a retirada de direitos históricos, como o plano de saúde para os aposentados. Outro caso importante foi a greve dos professores estaduais de São Paulo em 2021, que buscava melhores condições de trabalho durante a pandemia de Covid-19. Essas paralisações mostram que a luta sindical e a greve permanecem relevantes para equilibrar o poder entre trabalhadores e empregadores.


O que diz a lei brasileira sobre o direito de greve?


A Constituição Federal de 1988 assegura o direito de greve no Brasil. O artigo 9º declara que “é assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e os interesses que devam por meio dele defender”. Além disso, a Lei nº 7.783/1989, conhecida como Lei de Greve, regulamenta o exercício desse direito.


Segundo a legislação, a greve deve ser decidida em assembleia pelos trabalhadores e comunicada previamente ao empregador, com antecedência mínima de 48 horas em serviços comuns ou 72 horas em serviços essenciais. A lei também proíbe práticas que impeçam o funcionamento mínimo de atividades essenciais, como saúde e segurança pública. Ainda assim, ela protege os grevistas contra retaliações, como demissões arbitrárias, desde que a greve esteja dentro dos limites legais.


Por que apoiar as greves?


É fundamental entender que as greves não são apenas paralisações momentâneas, mas um instrumento legítimo para que trabalhadores defendam seus direitos e conquistem avanços. Sem greves, muitos dos direitos que hoje consideramos básicos, como férias remuneradas e descanso semanal, não existiriam.


Além disso, as greves são uma forma de dar visibilidade às demandas dos trabalhadores, pressionando tanto empregadores quanto o poder público a buscar soluções. Apoiar os movimentos grevistas é apoiar a construção de uma sociedade mais justa, onde o trabalho seja valorizado e a dignidade dos trabalhadores preservada.


Greves são uma conquista histórica e devem ser vistas como uma ferramenta legítima de luta. Os trabalhadores do STIABVALE sabem que a união faz a força, e as greves mostram que, juntos, podemos alcançar muito mais.


Conte com o STIABVALE!

bottom of page